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Qual a participação do biogás na Neoindustrialização do Brasil?


Biogás na Neoindustrialização
Biogás na Neoindustrialização



Dra. Suelen Paesi


O Brasil já tem seu reconhecimento mundial como um dos maiores produtores agrícolas, mas ainda precisa conquistar espaço internacional como uma economia estruturada na produção industrial. Neste sentido, o governo federal está lançando para 2024 um conjunto de medidas que fortaleçam a “neoindustrialização”. São investimentos e inserções que estimulem uma indústria moderna e descarbonizada. Mas o que se quer dizer com descarbonizada? Significa incentivar atividades, processos e produtos que busquem a sustentabilidade. Apoiar as indústrias que tenham em suas esteiras de produção alternativas tecnológicas menos poluentes, com menos consumo de energia e aplicação de energias limpas. E o biogás, como pode fazer parte dessas iniciativas?


O biogás pode ser gerado a partir de resíduos orgânicos da própria empresa e consumido como forma de calor, energia elétrica ou purificado como combustível veicular, reduzindo o consumo de energias fósseis. Além do metano, o biogás também gera hidrogênio, molécula ainda mais potente e que resulta em água como produto final da combustão e que muito tem se destacado na plataforma Brasil Mais Produtivo – um programa federal que objetiva ampliar a produtividade mediante o uso de novas tecnologias. 


A geração de energia para a indústria por meio da biomassa impacta fortemente a cadeia final do produto, porque, além de oportunizar o gerenciamento correto dos resíduos, não gera novos insumos poluentes. Além disso, a empresa que optar por ter uma usina de biogás tem a oportunidade da comercialização de créditos de carbono, que está voltando com força no mercado mundial de investimentos seguros. E como funciona o crédito de carbono? Os rejeitos orgânicos gerados em consequência da produção são convertidos em metano e hidrogênio que deixam de ir para o meio ambiente, contribuindo para evitar o efeito estufa. O uso destes combustíveis verdes pode ser computado, certificado e comercializado por outra empresa com base na legislação ambiental.


O uso destes combustíveis verdes pode ser computado
O uso destes combustíveis verdes pode ser computado


Outra oportunidade do biogás na neoindústria é na fatia de mercado dos consumidores atentos às marcas sustentáveis. Atualmente, pesquisas mostram que o consumidor está cada vez mais disposto a escolher produtos comprometidos com o meio ambiente, mesmo que exista um pequeno valor agregado ao preço final.


Atualmente, pesquisas mostram que o consumidor está cada vez mais disposto a escolher produtos comprometidos
Atualmente, pesquisas mostram que o consumidor está cada vez mais disposto a escolher produtos comprometidos

Com esse plano de geração de riquezas está a vasta experiência que o Brasil já tem na geração de biogás. Nosso território conta com 936 usinas que realizam aproveitamento energético, sendo que 885 encontram-se em operação, adaptadas a diferentes modelos de negócios. Destas, 108 indústrias como frigoríficos, empresas corporativas de açúcar e álcool, cervejarias, fecularias, de óleo vegetal e outras contam com seus resíduos para gerar energia a partir de biomassa. Atualmente, o Brasil produz 2,8 bilhões Nm3 de biogás anual, sendo 469 milhões oriundos da indústria que vem mostrando um franco crescimento nos últimos dois anos.


Neste momento a Serra Gaúcha, com sua vocação industrial, precisa se espelhar neste contexto e se inserir nessas oportunidades que a neoindustrialização oferece. Uma oportunidade para discutir o tema será no Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, que vai acontecer em Chapecó, em abril deste ano. O evento é constituído de painéis, apresentação de cases, espaço de negócios e visitas técnicas que aproximam todos os agentes ligados ao ecossistema do biogás. 


O momento é de integração dos setores econômicos, sociais e ambientais para o Brasil se impor como protagonista na geração de riqueza, renda e segurança econômica pautadas em rotas tecnológicas sustentáveis. 


O Fórum, que ocorrerá entre 16 e 18 de abril, conta com plenárias, espaço de negócios e visitas técnicas que visam buscar as melhores alternativas para aproveitamento da matéria-prima, bem como implementação de políticas públicas de incentivo à geração e comercialização de biogás




Suelen Paesi - Professora dos Programas de Pós-Graduação em Biotecnologia e em Engenharia e Ciências e coordenadora do Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano.




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