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Como identificar oportunidades de melhorias em projetos de energia fotovoltaica?



No Brasil, já existe um número significativo de projetos em operação que concluíram a fase de retorno de investimento. O que significa que o valor total da compra já foi recuperado completamente, e a partir deste ponto, o projeto inicia sua fase de lucratividade. Dessa forma, estes projetos se tornam oportunidades de melhorias e de reinvestimento.


Essa é uma característica interessante deste tipo de projeto, porém, estas melhorias precisam fazer sentido tanto para o proprietário quanto para o prestador de serviços.


Existem fatores que são determinantes, já outros, influenciam de forma indireta a taxa de sucesso para consolidar este tipo de intervenção, muitas vezes conhecido como "retrofit".


Estas são algumas abordagens que podem contribuir para um melhor desenvolvimento deste tipo de oferta.:


  1. Identificar o perfil do cliente: Neste ponto, avaliar se o cliente possui perfil investidor ou não pode fazer uma grande diferença. Clientes com perfil investidor compreendem com mais facilidade as variações tanto positivas quanto negativas do retorno sobre o investimento da usina, onde muitas vezes é impactada por diversos fatores externos que exigem maior cuidado e análise crítica para que a unidade geradora alcance sua devida performance e desempenho. Agora, caso o cliente esteja apegado à uma expectativa de desempenho, mas não compreende na prática o que deve ser feito para alcançá-la, teremos o desafio de mostrar que um reinvestimento na usina e os custos de O&M são necessários. Neste caso, alguns possivelmente buscaram otimizar o CAPEX em detrimento de processos, boas práticas, qualidade dos produtos, mão de obra especializada e até mesmo a exclusão de periféricos que auxiliam na previsibilidade e automação da aquisição e processamento de dados, como por exemplo, a falta de monitoramento ativo e planos de manutenções. Assim, haverá uma linha tênue que determinará se a oferta de retrofit será encarada como um custo adicional inesperado ou um reinvestimento no ativo de autoprodução.

  2. Abordagem técnico-comercial: A comunicação entre estes dois mundos precisa estar bem fluida e os processos muito bem definidos. No sentido de que, "um pode atrapalhar o outro" (Comercial e Técnico), pois, muitas vezes o retrofit se dá pela ausência e/ou defasagem de tecnologia e/ou processos. Investir em estratégias de longo prazo podem amenizar os efeitos colaterais de apontar essas ausências e defasagens existentes no projeto que já está em andamento. Note, o aumento de consumo ou baixa produtividade podem ocorrer antes mesmo de concluir o ciclo de payback do sistema, fazendo com que exista a possibilidade do retrofit não ser encarado como solução, mas sim como uma falha que ocorreu durante o projeto inicial. Ou comumente visto como: "Por que você não disse isso antes?"

  3. Ferramentas específicas: Medidores inteligentes, monitoramento a nível de módulo, análise técnica das variáveis dos inversores, forecast climático e energético, softwares de simulação, megômetro, traçador de curva I/V, big data e I.A são grandes aliados para agregar valor aos serviços e garantir a eficiência das intervenções. Sensores e estações climatológicas podem agregar ainda mais valor ao sistema por elevar o nível de controle e confiabilidade.

  4. Databook: Este livro de dados da usina deve conter todas as informações relacionadas ao projeto, obra e intervenções. Um dos pontos críticos por exemplo é o comissionamento. É no comissionamento e posteriormente no startup ou operação assistida que são evidenciados diversos comportamentos da usina que vão determinar a qualidade e eficiência ao longo dos anos. Registrar e acompanhar todas estas ocorrências podem ser um fator decisivo sobre a satisfação do cliente e principalmente para o gestor da usina tomar decisões de curto, médio e longo prazo. Caso a usina não possua um databook, a elaboração minuciosa e entrega deste documento ao proprietário pode ser a porta de entrada para garantir novos serviços e principalmente garantir a retenção do cliente e a recorrência.


Algumas necessidades no âmbito de qualidade de energia e eficiência energética são detectadas muito tempo após a operação do sistema. Então nossa experiência empírica determinará o quão cedo ou tarde iremos identificar estas oportunidades. O comportamento do cliente e da unidade consumidora mudam constantemente, então, quanto mais adaptável, melhor a aderência.



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